Aves

A partir de 1990 a avifauna da Serra do Cipó vem sendo estudada de maneira sistemática por inúmeros especialistas. Anteriormente os estudos e registros eram esparsos, sendo que em geral decorriam de observações feitas por botânicos ou entomólogos.

Juntamente com diversos colaboradores os pesquisadores Melo-Júnior e depois Rodrigues, respectivamente, em 2001 e 2005, realizaram os estudos mais completos na região.

A área de estudos do primeiro trabalho envolveu parte significativa dos campos rupestres, dos cerrados e da mata Atlântica, sendo que foram realizados em gradientes altitudinais de 800 a 1.400 metros, ao longo de sete anos.

A área de amostragem do segundo trabalho envolveu a baixada ao redor do ribeirão Mascate, considerado o principal formador do rio Cipó, as matas que circundam esse curso d’água e as inúmeras lagoas próximas, bem como nas áreas de cerrado entremeadas por brejos.

A partir desses dois estudos foi elaborada uma lista das espécies, sendo que na mesma são analisadas as taxas de endemismo, e, ainda, o nível de ameaça que a avifauna local está sujeita.

Os ambientes de vegetação aberta como os campos rupestres e o cerrado, em geral não são ricos em endemismos de vertebrados como nos ambientes de mata. Já, no caso das aves, mesmo as espécies típicas do cerrado apresentam algum grau de dependência com relação às matas.

Por fim, o fato do Parque Nacional da Serra do Cipó e da APA Morro da Pedreira situarem-se na região de transição entre dois biomas acentua a influência da avifauna da mata Atlântica na composição da avifauna local. Se esse fato for associado à capacidade de dispersão típica das aves, então se pode explicar o motivo da baixa taxa de endemismo na avifauna observada para essa região.